sábado, 26 de agosto de 2023

Agafia Karpovna Lykova: Um Exemplo de que a Autossuficiência não é um mito!

 


Introdução:

No coração da região montanhosa ao sul da Sibéria, nasceu Agafia Karpovna Lykov   em uma banheira de pinho oca,  em 17 de abril de 1944. Sua história extraordinária é um testemunho vivo da capacidade humana de adaptação e da possibilidade de viver de forma autônoma mesmo em condições extremas.



 A família Lykov consistia de Karp Lykov, sua esposa Akulina, e seus quatro filhos: Savin, Natalia, Dmitry e Agafia. Eles eram crentes em um movimento religioso que discordava das políticas e práticas da Igreja Ortodoxa Russa e do governo soviético. Para escapar da perseguição religiosa e das autoridades, eles fugiram para a floresta da Sibéria em 1936, estabelecendo uma vida isolada nas montanhas do sul da Sibéria.




Agafia é a última sobrevivente da família Lykov, que viveu de forma totalmente autossuficiente e isolada na vasta e implacável paisagem da taiga Siberiana por décadas, até serem descobertos em 1978.





A Vida Autossuficiente na taiga Siberiana: Uma História de Isolamento

Agafia Karpovna Lykov nasceu e cresceu em um ambiente que a maioria de nós só pode imaginar em nossos sonhos  de sobrevivência mais selvagens.

Ao decorrer das perseguições sua família se estabeleceu em uma reserva natural, porem foram denunciados, os guardas da reserva acabaram matando a tiros o seu tio em 1937, um ano macabro da história russa que ficou conhecido como “o grande terror”. Como se não bastasse a perseguição local, a família Likov foi visitada por membros da NKVD, um órgão que foi o precursor da KGB, sendo interrogados e torturados. Estas experiências foram o fator decisivo para a família, era o momento da evasão, do Bug Out, e após o ocorrido, fugiram   para dentro da floresta, mudando de local de tempos em tempos e indo cada vez mais distantes da civilização, se aprofundando na inóspita taiga. 

A taiga são as regiões situadas ao norte da Europa, Ásia e América setentrional formadas por florestas que não perdem as folhas nem diante dos mais rigorosos invernos, em especial na Sibéria.



 Esse era o ambiente que tinham disponível para buscar refúgio das perseguições religiosas e das mudanças políticas, especialmente o comunismo, que assolavam a Rússia. Anos de reclusão e isolamento os aguardavam, enquanto viviam em cabanas primitivas e confiavam na natureza, em sua capacidade e habilidades para o seu sustento.

A vida de Agafia na solidão da taiga

A família Lykov viveu na obscuridade por décadas, procuraram escapar das expropriações de bens e terras, optando por se refugiar na natureza inóspita da taiga. Lá eles construíram uma existência autossuficiente, tranquila e segura totalmente off-grid, fora da sociedade, sempre mudando seu local habitação para evitar detecção. Utilizando seu conhecimento experiência de vida no campo num contínuo processo de aprimoramento e adaptação, tiveram resultados positivos em permanecer em um dos ambientes mais inóspitos do planeta, quase um absurdo para a “normalidade” da maioria das pessoas, durante décadas a família viveu em completa autossuficiência, cultivando suas próprias plantações, caçando, pescando e vivendo em cabanas rudimentares. Eles não tinham contato com o mundo exterior, não souberam da Segunda Guerra Mundial ou das mudanças políticas que estavam ocorrendo na União Soviética e no resto do mundo. A sua história ganhou atenção internacional como um exemplo extraordinário de sobrevivência em isolamento extremo.

 

Autossuficiência e Sobrevivêncialismo: Lições Extraordinárias

A história de Agafia Karpovna Lykov é um verdadeiro exemplo de autossuficiência. Após a morte de sua família, ela emergiu como a última sobrevivente, possuindo um conhecimento profundo sobre a natureza,  Agafia demonstra com sua vida e experiência  a aplicação prática e efetiva dos cinco princípios do sobrevivencialismo em sua totalidade: O minimalismo com a sua essencialidade e a vida simples e frugal, a independência total, a industriosidade plena  em habilidades de construção, na habilidade de costura produzindo roupas de cânhamo, no artesanato produzindo calçados de casca de bétula, na  habilidade de coletar, caçar e pescar, cultivar e conservar alimentos, na obtenção de fogo de modo primitivo, a estocagem de alimentos e outros recursos.



Assim ela viveu isolada por 77 anos a uma distância de 250 Km da área povoada mais próxima, demostrando absolutamente a capacidade, a resiliência e a antifragilidade  humana em sua forma mais pura.



Saindo do Sistema e sendo autossuficiente: Uma Realidade Possível

A incrível jornada de Agafia na taiga Siberiana também levanta a questão da possibilidade de desaparecer do sistema moderno e ser autossuficiente. Sua vida longe da civilização mostra que, mesmo em um mundo cada vez mais conectado e dependente da tecnologia e seus confortos fúteis, a autossuficiência plena ainda é viável e possível.  Agafia permaneceu isolada por 77 anos, a quilômetros de distância de qualquer forma de modernidade, conforto e recursos que desfrutamos.

O conforto, as facilidades e conveniências da modernidade tem tornado o homem cada vez mais acomodado, fraco, inapto, dependente e refém do sistema, cada vez mais incapaz de lidar com desafios, situações adversas e crises que surgem ao longo da jornada individual, sendo que este mesmo sistema é condicionante, controlador e manipulativo, ao mesmo tempo que é incapaz de atender de forma efetiva as necessidades do indivíduo em todas as áreas.

Foi este mesmo sistema que perseguiu e ameaçou a integridade da família Lykov, o sobrevivencialismo se fundamenta na liberdade, autopreservação e autossuficiência e prima pelo bem estar individual e familiar, tudo que age contra a liberdade e a instituição basilar da família não só deve ser evitado como também combatido!

Como a família Lykov tenha como seu projeto prioritário se desligar do sistema o máximo que puder, pois ele é mesquinho, injusto, cruel e não se importa em absolutamente nada com você e com sua família! 

Depois de aproximadamente 70 anos ela se aventurou a ir até a civilização, foi uma experiência chocante que a assustou ao ver carros, televisões, telefones celulares, helicópteros, aviões, estradas e todas coisas da modernidade, Agafia afirma que a água e o ar de fora da floresta a incomodam e a deixam doente, ela também achou que as estradas eram muito movimentadas e assustadoras, quando ficou hospedada na cidade não conseguiu dormir na cama de um hotel, acabou dormindo no chão sobre o cobertor como estava acostumada.

Um Patrimônio Histórico e Um Exemplo de vida Off-the-Grid

Agafia Karpovna Lykov se tornou um tipo de patrimônio histórico russo, sendo visitada por voluntários e sobrevivencialistas de todo o mundo que buscam aprender suas técnicas primitivas, pessoas de todo canto do mundo vão para lá para aprender com essa mulher como viver de uma forma que é mais raiz e sustentável.



A experiência de Agafia também demonstra que a capacidade de adaptação combinada com conhecimento e a experiência prática, nos permitem atingir resultados incríveis e que a necessidade é a mãe das habilidades, que exercendo a capacidade ilimitada do ser humano de fazer o que for necessário para manter-se viva sem nenhum conforto da civilização moderna é sim uma possibilidade.

 Sendo história dela muito bem documentada, tentaram fazer com que ela fosse viver na cidade por conta de sua idade avançada, mas quem alcança este nível da autossuficiência não consegue permanecer na sociedade atual.  Vemos assim que o sobrevivencialismo está,  através de exemplos como o seu, ganhando importância e notoriedade no mundo inteiro.

 

Conclusão: Autossuficiência é a essência do sobrevivencialismo  como estilo de vida

A história de Agafia Karpovna Lykov ecoa como um exemplo de determinação  e da incrível capacidade humana de adaptação e superação. Sua vida isolada na taiga Siberiana prova que a autossuficiência não é um mito, o é apenas para aqueles se auto impõem limitações e justificativas para não fazer o seu melhor e o necessário para atingir o seu pleno bem estar e o dos seus, sua história é marcante e um grande exemplo de que autossuficiência não é algo utópico e sim que a autossuficiência é um objetivo e uma busca, de um estilo de vida genuíno, que agrega adaptação, conhecimento e determinação.



 Num mundo cada vez mais conectado, dependente e refém de facilidades, confortos e tecnologias da modernidade, a história de Agafia nos lembra da essência crua e real da existência humana e do poder de viver em harmonia e conexão com a natureza.

 

terça-feira, 22 de agosto de 2023

A Adaptação e a Sabedoria da Natureza: Lições do sobrevivencialismo a partir da semente de Aveia

Introdução:

Certamente que a adaptação é a mola mestra do sobrevivencialismo / preparação e de modo geral para o enfrentamento de crises, crises e emergências estas, que na realidade bem fundamentada de um bom preparador / sobrevivencialista nada mais são que experiências de mudança repentina que alteram condições e situações e se tornam um vasto campo de aprendizado e experiência. Por mais planejamento e capacidade de antecipação que consigamos atingir, na vivencia da realidade os planos quase sempre não saem como na expectativa para qual treinamos, nestes momentos a adaptação é o elemento equalizador que nos permite atingir o objetivo e ter o resultado necessário.

Neste artigo tomaremos um dos infinitos modelos de adaptação demonstrados pela observação da natureza, por meio da contemplação onde podemos identificar incríveis lições de adaptação as mudanças, vamos atentar para uma simples semente extremamente hábil em adaptação, a aveia.  

A natureza é ímpar em sua perfeição, e apenas pela simples observação, nós podemos obter grandíssimas lições para nossa vida em absolutamente qualquer área. Se você é um amante da natureza, se você é um verdadeiro praticante de bushcraft ou um bom preparador, você vai entender com muita clareza a perspectiva presente neste modelo. 

Vamos começar falando sobre a lição da semente de aveia. Observando essa planta e sua semente, podemos encontrar algumas perturbações interessantes. A semente de aveia quando está na fase de crescimento, ela tem uma pequena baguinha fechada que guarda a semente em desenvolvimento. Conforme as sementes de aveia crescem, elas desenvolvem uma espécie de "calda" ou "pelinho" que vai sendo torcido.

 


   Além disso, na parte externa do grão de aveia, também crescem alguns pelos. Toda essa estrutura tem objetivos específicos que estão relacionados à sobrevivência da espécie.

A semente de aveia, quando madura, cai da planta e se desprende da "baguinha" ou pequena bolsa. Nesse momento, ela poderia ser consumida por pássaros, que são seus principais predadores. No entanto, essa semente tem uma estrutura de proteção complexa. A calda ou o pelinho que a semente possui dificultam a ingestão por parte dos pássaros. Além disso, essa estrutura tem um papel importante na germinação da semente quando ela cai no solo, essa calda e os pelos na semente de aveia não apenas tornam difícil a tarefa dos predadores, mas também ajudam na sobrevivência da planta.

 Quando a semente cai no solo e recebe umidade, ou é regorgitada por uma ave que não conseguiu engoli-la, o pelinho começa a girar e a semente se apoia no solo, permitindo que ela penetre e se enterre em uma mecânica incrível (veja no vídeo). Isso garante que a semente seja plantada no solo de forma autossuficiente, sem depender de outros fatores ou auxilio externo.

A lição que podemos aprender com essa sementinha é a importância e a essencialidade da adaptação. A natureza nos ensina que não é o mais forte que sobrevive, mas sim aquele que melhor se adapta às mudanças. A semente de aveia evoluiu e se desenvolveu para se adaptar ao ambiente, garantindo sua própria sobrevivência e preservação da espécie. Ela é um exemplo notável de como a adaptação, a evolução e a autossuficiência estão interligadas na natureza.

Essa lição é extremamente relevante para o sobrevivencialismo e a preparação. Assim como a semente de aveia, precisamos aprender a nos adaptar às circunstâncias e situações que se apresentam, a evoluir nossos conhecimentos e habilidades, e a buscar a autossuficiência em diversas situações. O verdadeiro sobrevivencialista não é apenas aquele que acumula conhecimento, técnicas e recursos, mas é aquele que sabe aplicá-los de maneira adaptativa e inteligente, usando recursos disponíveis para superar desafios e atingir os resultados que precisa.

 Ao observarmos essa simples semente de aveia, podemos extrair lições profundas sobre sobrevivência, preparação e adaptação. A natureza é uma incrível professora,  suas criações nos mostram que a sabedoria está em se ajustar às mudanças e ser capaz de prosperar mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras. Lembrem-se: assim como a semente de aveia, nós também podemos evoluir e nos adaptar para enfrentar qualquer desafio que a vida nos apresente.

 


 

Conclusão:

A capacidade de adaptação é um fator chave no processo de desenvolvimento e capacitação para lidarmos com situações adversas em um mundo de constantes mudanças.

Ao longo da vida inúmeros e constantes desafios, problemas e dificuldades se apresentam com constância, em uma análise simplista ela é ”cheia de altos e baixos” que na visão e perspectiva adequadas não tem o objetivo de nos atrapalhar e prejudicar, pelo contrário são excelentes oportunidades de aprendizado e desenvolvimento.

Por mais previsibilidade e consciência situacional que tenhamos desenvolvido a vida sempre tem a capacidade de nos surpreender com situações diferentes e inesperadas, com a perspectiva correta e uma capacidade de adaptação apurada, esses momentos difíceis podem se tornar o nosso “parque de diversões” e certamente nossas melhores experiências de aprendizado e crescimento. Em nossa jornada a ADAPTAÇÂO e a nossa capacidade de se adaptar são elemento e habilidade cruciais para prosperarmos e termos sucesso e resultado diante das crises que surgirem. Que o exemplo e a lição da semente de aveia nos sirvam de inspiração para termos esta visão da ADAPTAÇÂO!

 

“Sobreviver acima de tudo!”

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Preparação e Estocagem de Alimentos e Recursos Essenciais: Garantindo o Bem-Estar da Sua Família

 Introdução: 

No mundo em constante mudança em que vivemos, é prudente estar preparado para qualquer eventualidade. Ser um prepper ou sobrevivencialista é uma abordagem sensata para proteger o bem-estar da sua família, garantindo que você tenha alimentos e recursos essenciais suficientes em caso de emergência. Neste artigo, vamos discutir estratégias de preparação e estocagem de alimentos e outros recursos vitais para ajudá-lo a se preparar para o futuro.

1. Avaliação de Necessidades: Antes de começar a estocar alimentos e recursos, é importante avaliar as necessidades específicas da sua família. Considere fatores como tamanho da família, necessidades dietéticas especiais, preferências alimentares e restrições orçamentárias. Essa avaliação permitirá que você planeje de forma mais eficiente sua estratégia de preparação.

2. Estoque de Alimentos não Perecíveis: Os alimentos não perecíveis devem ser a base da sua reserva alimentar. Esses alimentos têm uma longa vida útil e não requerem refrigeração. Itens como arroz, macarrão, feijão, enlatados (atum, sardinha, milho, ervilhas etc.), farinha, açúcar, sal, leite em pó, cereais, barras de granola, frutas secas e alimentos enlatados podem ser estocados por longos períodos. Certifique-se de rotacionar regularmente seus estoques para evitar que os alimentos expirem.



3. Estoque de Água: A água potável é essencial para a sobrevivência. Estoque água suficiente para suprir as necessidades da sua família durante um período prolongado. A recomendação geral é ter pelo menos 3 litros de água por pessoa, por dia, para beber e higiene básica. Utilize recipientes adequados e armazene a água em local fresco e escuro, trocando-a a cada seis meses para garantir sua qualidade.

4. Alimentos de Longa Duração: Além dos alimentos não perecíveis, considere adquirir alimentos de longa duração, como alimentos liofilizados ou desidratados. Esses produtos têm uma vida útil ainda mais longa e mantêm a qualidade nutricional. Eles podem ser especialmente úteis em situações em que a energia elétrica pode não estar disponível.

5. Estoque de Medicamentos e Itens de Primeiros Socorros: Mantenha uma reserva de medicamentos essenciais, incluindo medicamentos prescritos, analgésicos, antitérmicos e suprimentos básicos de primeiros socorros. Tenha também em mãos materiais de curativos, gazes esterilizadas, álcool, luvas descartáveis e outros itens necessários para atender a emergências médicas.

6. Ferramentas e Equipamentos: Prepare-se com ferramentas básicas, como lanternas, pilhas, rádios portáteis, fósforos, isqueiros, facas multiuso, sacos de dormir e cobertores térmicos. Ter uma fonte alternativa de energia, como geradores portáteis ou painéis solares, também pode ser uma opção válida para garantir o fornecimento de energia em caso de falta de eletricidade.

7. Treinamento e Conscientização: Além do estoque de alimentos e recursos, é fundamental estar preparado mental e fisicamente para enfrentar situações de emergência. Invista tempo em treinamentos de primeiros socorros, habilidades de sobrevivência, técnicas de autodefesa e conhecimento básico de como lidar com diferentes tipos de desastres naturais.



Conclusão:

 A preparação e estocagem de alimentos e recursos essenciais é uma medida responsável para garantir a segurança e o bem-estar da sua família em tempos de incerteza. Ao seguir as estratégias discutidas neste artigo, você estará mais preparado para lidar com qualquer eventualidade que possa surgir. Lembre-se de revisar regularmente seus estoques, manter-se atualizado com as orientações de segurança e adaptar suas necessidades de preparação de acordo com as mudanças na sua família e no ambiente em que vive. A preparação é um investimento no futuro, proporcionando tranquilidade e resiliência para sua família.